AQUARELA



No jardim da praça
borboletas e flores,
inocência e graça,

o sol declinava,
a garotada corria,
a emoção campeava,

havia muita paquera,
fantasias e faz de conta,
longos papos da galera.

Em ocaso delirante,
ou céu todo estrelado,
tudo ficava eletrizante,

o que importava então,
era a pureza da alma,
no abrasado coração,

tinha sons de realejos,
no coreto, fins de tarde,
roubavam-se beijos...